Para esta atividade, escolhi o movimento Tucumán Arde, que ocorreu na Argentina em 1968, como uma expressão artística relevante para relacionar com os regimes autoritários da época. Esse movimento foi uma colaboração entre artistas, jornalistas e sociólogos que usaram a arte como uma forma de protesto contra a ditadura de Juan Carlos Onganía. O objetivo principal era denunciar as políticas econômicas do governo, que estavam causando miséria e desemprego, especialmente após o fechamento de usinas de açúcar na província de Tucumán. A obra se materializou por meio de uma instalação artística que utilizava fotografias, documentários e gráficos para expor a exploração e as contradições entre o discurso oficial e a realidade vivida pelo povo.
Acredito que Tucumán Arde é um exemplo poderoso de como a arte latino-americana foi um instrumento de resistência e crítica durante as ditaduras. O movimento rompeu com os espaços tradicionais de exibição, sendo apresentado em sindicatos e outros locais de ativismo social, demonstrando como a arte pode se entrelaçar com o contexto político para gerar conscientização. Essa obra desafia a censura e as restrições impostas pelos regimes autoritários, oferecendo ao público uma forma de questionar o status quo e se engajar em debates sobre justiça e direitos sociais.