A ditadura de Alfredo Stroessner foi uma das mais longas da América Latina, que durou de 1954 a 1989, caracterizada por forte repressão política, perseguições, desaparecimentos, censura à imprensa e à liberdade de expressão, além de um regime fortemente militarizado. A arte e a cultura foram áreas particularmente atingidas, com artistas, escritores e intelectuais sofrendo censura ou sendo forçados ao exílio. Nas artes plásticas, os artistas paraguaios têm utilizado diferentes técnicas e estilos para abordar temas como a ditadura militar, os direitos humanos, a discriminação, a violência e a desigualdade social. Por exemplo, a pintora paraguaia Olga Blinder criou obras de arte que retratam a repressão política e a luta pela justiça, desafiando as narrativas oficiais e revelando a verdadeira história do país.
Blinder começou a se envolver com a arte nos anos 1940 e 1950, desenvolvendo um estilo fortemente marcado pelo expressionismo, utilizando a pintura e o desenho para tratar de temas relacionados à condição humana, à dor e à opressão. Sendo uma figura de destaque no cenário cultural paraguaio, sentiu de perto essa repressão. Ela foi uma voz importante contra as injustiças do regime, mesmo que de forma velada em suas obras, já que a censura limitava as formas mais explícitas de crítica. Em sua produção artística, ela frequentemente representava figuras desfiguradas e angustiadas, reflexos das condições de vida sob a ditadura.
A escolha deu-se por caracterizar um dos períodos mais longo e cruel entre as ditaduras latino-americanas, e principalmente pelo fato de não haver muito conhecimento a respeito do tema sobre expressão artística durante a ditadura paraguaia.
Xilogravura Miedo, 1959
Xilogravura El Torturado, 1963
Fontes: https://www.aica-paraguay.com/?page_id=2804
https://www.pausa.com.py/actualidad/nota-de-tapa/la-mirada-de-olga-blinder/2758/