Respostas

por Tuliana Fernandes Rosa (202505667) -

1- O principal ponto do texto é mostrar que o termo “fake news” não tem um significado fixo. Os autores dizem que ele funciona como um “significante flutuante”, ou seja, um termo que muda de sentido conforme quem o usa e com que intenção.

Mais do que uma simples mentira ou notícia falsa, “fake news” é usado como uma arma política e simbólica, para definir quem fala a verdade e quem mente. Assim, o termo serve para dividir grupos, reforçar posições de poder e tentar controlar o debate público.

 2- O mais interessante é que os autores não se preocupam em definir o que é fake news, mas sim em entender como o termo é usado nas disputas políticas. Eles mostram que quando alguém chama algo de “fake news”, muitas vezes está tentando desacreditar o outro lado e reforçar a própria autoridade.

Também chama atenção o alerta que eles fazem: governos e empresas de tecnologia podem usar o combate às “fake news” como desculpa para controlar a informação ou limitar a liberdade de expressão.

  3- O texto se relaciona com os temas da disciplina porque fala sobre comunicação, poder e disputa de sentidos. Mostra como a linguagem é usada para influenciar a opinião pública e definir o que é verdade ou mentira.

Também ajuda a pensar o papel da mídia e das redes sociais na política atual e como a luta contra a desinformação pode afetar a democracia e a confiança nas instituições.

 

Comentário Fake News - Gabriel Calçada Barros da Silva

por Gabriel Calçada Barros da Silva (202500047) -

1 - Central nos artigos é o fato de que o termo "fake news" tornou-se o que Laclau denomina de "significante flutuante", ou seja, um termo que não possui um significado fixo, e que, justamente, adquire diferentes significados em contextos diferentes, utilizado para deslegitimar os adversários políticos e fortalecer as posições do próprio grupo. Com efeito: a mídia "liberal" passou a utilizar o termo para criticar o trumpismo, e o contrário, o trumpismo vale-se do termo para desqualificar a mídia "liberal" tradicional.Também é central o fato de que os promotores da narrativa da "pós-verdade" mobilizam todo um raciocínio do que Mouffe e outros pensadores chamam de "pós política", uma visão otimista e idealizada quanto à possibilidade da utilização da razão na vida prática.

2 - Chamou a minha atenção a análise dos autores, de que por trás do discurso catastrofista da "pós-verdade", esconde-se o raciocínio próprio da chamada "pós-política",  de que as decisões políticas nas democracias poderiam ser tomadas de forma puramente técnica e neutra. O que evidencia, de certa forma, o poder do discurso da "pós-política".

3 - O autores mostram que os promotores da narrativa da "pós-verdade" mobilizam um raciocínio próprio do que Mouffe e outros pensadores chamam de "pós-política", de que a democracia seria alicerçada na verdade, razão e consenso, ou seja, a partir da utilização da razão seria possível chegar em soluções consensuais. E, quem se distanciaria desse suposto consenso seria irracional e consumidor de "fake news" por definição. Essa seria uma visão  racionalista otimista sobre o poder da razão na vida prática. No entanto, as discussões e reflexões da disciplina nos mostram o contrário, de que há limites bastante significativos sobre o poder da razão na vida social e política. Pois, como vimos,  não haveria uma utilização pura, incondicional, da razão, separada do corpo e das paixões, como acreditavam muitos filósofos. Mais ainda, a utilização da razão não nos permitiria a chegar a uma solução única, como o provam as enormes divergências entre filósofos, sociólogos e outros pensadores.