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Plano de Aula - Corpo e Subjetividade Negra

Plano de Aula - Corpo e Subjetividade Negra

por Keila Urnau (24150299) -
Número de respostas: 12

Grupo 3 - Ana Carolina Alves Cardoso, Eliza Roberta Alves Gilioli, Keila Urnau, Letícia Mello, Sofia Sauer, Vanessa

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Re: Plano de Aula - Corpo e Subjetividade Negra

por André Luís Vidotto da Rocha (21200784) -
Eu tenho lido Bob Black ultimamente, e ele fala muito do potencial lúdico que não explorado durante o trabalho. Aqui vemos o contrário, uma proposta de dinâmica de trabalho docente divertida e engajante, encorajo todo o tipo de dinâmica que saia do clichê de aula expositiva, pelo qual já passamos durante todo o ensino básico e também na faculdade. Gostaria de ver mais apresentações como a roda de Carimbó na docência. Estão de parabéns!
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Re: Plano de Aula - Corpo e Subjetividade Negra

por Nicole Possenti Hahn (22101348) -
Achei a proposta de plano de aula bastante interessante, que desperta a atenção dos alunos. Os objetivos e os conteúdos conversam entre si, contribuindo para a coerência do trabalho. Porém, tenho algumas questões, em relação à metodologia e avaliação: a) apesar de mencionarem que a aula expositiva se dará com o uso de slides, eles não estão disponibilizados no plano; b) não está especificado qual é o documentário que será apresentado em aula e porque ele foi escolhido, qual a sua relevância; c) o grupo esqueceu de mencionar quais os recursos didáticos que seriam utilizados na aula; d) e por fim, gostei bastante da oficina de avaliação, porém não está escrito quais são os critérios de avaliação dos alunos, se é só a participação ou se teriam outras questões. Dito isso, parabenizo o grupo pelo trabalho!
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Re: Plano de Aula - Corpo e Subjetividade Negra

por Yamilly Kamille Calegari da Rosa (22251097) -

O trabalho foi muito bem apresentado, todas as integrantes apresentaram ter um bom domínio do conteúdo, o que faz a aula fluir bem. Acredito que poderiam ter se organizado melhor na distribuição das falas, no demais, a dinâmica foi muito bem elaborada e extremamente enriquecedora.

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Re: Plano de Aula - Corpo e Subjetividade Negra

por Amanda Torres (20200784) -
O plano de aula apresentado foi muito interessante, quanto a dinâmica do grupo foi possível observar que todas as integrantes tinham domínio no assunto que tem grande importância. Além disso, parabenizo o grupo pela ideia de trazer a roda de Carimbó.
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Re: Plano de Aula - Corpo e Subjetividade Negra

por Higor da Silva Martins (22251197) -

A forma como as colegas planejaram e conduziram a aula foram bem boas em geral. Na minha opinião, a aula teve dois grandes momentos:

O primeiro foi quando a colega pediu para que nós imaginassemos uma empregada doméstica e, a partir, daí prosseguiu com a discussão que vinha fazendo. Essa estratégia didática foi excelente, tendo em vista que o racismo estrutural opera muito mais no plano do inconsciente do que da consciência. Nesse sentido, ao colocar-nos de frente com nosso próprio pensamento, acabou nos encurralando, fazendo a gente refletir através desse exemplo, dessa forma como o racismo estrutural opera, ao construir vinculações entre o fenótipo da pessoa e sua posição social e de classe. 

O segundo momento foi a oficina. Ao trazer a dança para a aula, tudo aquilo que vinha sendo falado foi sentido pelos estudantes. Nesse momento, a gente se defrontou com nossa subjetividade, com a forma com que lidamos com nosso corpo e com as marcas da nossa criação, da nossa cultura em geral. 

Penso que a exposição inicial da aula poderia ter sido mais enxuta e objetiva. Pelo que percebi, a colega acabou passando do tempo previsto de exposição, o que gerou menos tempo para as outras exposições e para a própria oficina que, pelo que entendi, era a estratégia principal da aula. Passar do tempo para adicionar elementos importantes que não foram previstos na aula é algo normal. Mas creio que o que ocorreu foi uma dificuldade na organização do pensamento e de exposição dele. 

Além disso, senti falta de um tratamento mais cuidadoso e mais didático dos conceitos de subjetividade, objetividade, território, colonial, decolonial, etc. Não podemos, principalmente no ensino médio, pressupor que os estudantes conhecem plenamente os conceitos trabalhados em aula. Por isso, devemos tratar eles com bastante cuidado antes de querer adicionar informações subsidiárias à exposição central dos argumentos. Tratar os conceitos com cuidado não significa citar os autores que os criaram ou mesmo de fazer uma exposição teórico-cientifica, no mesmo nível do Ensino Superior. Significa antes de tudo, tornar os conceitos mais operacionalizantes para o restante da aula e da própria dinâmica central (oficina de Carimbó). O tempo que foi a mais na exposição inicial foi a menos na oficina, e poderia ter sido utilizado, inclusive, para os estudantes falarem sobre como sentiram e compreenderam suas subjetividades na hora da dança.

No mais, embora as colegas, no geral, fizeram uma aula "decolonial", penso que no tocante aos recursos teóricos faltou mais critério. Uma tendência comum que vejo nos estudos que articulam corpo, raça, violência e Estado é a utilização de Michel Foucault como referencial teórico. As vezes, acho que ele é jogado na roda apenas por ser um autor da moda no tocante a esses temas. Não estou dizendo que uma aula decolonial deva deixar de usar autores europeus como fonte teórica, isso seria tolice, mas penso que os autores europeus devem ser utilizados tendo em vista a funcionalidade que apresentam para o tema da aula, e não apenas porque estão na moda, sendo citados e falados nos corredores da universidade. Temos que nos vigiar, pois, um dos sintomas do colonialismo intelectual é a citação de europeus apenas porque são consagrados. Dito isso, penso que a ideia de hexis corporal de Pierre Bourdieu casa muito mais com o tema da aula do que Michel Foucault. Bourdieu fala das disposições comportamentais e fisiológicas que os sujeitos adquirem a partir do habitus, que refletem a maneira de andar, de falar, de interagir, de dançar, de praticar esportes, etc. Ou seja, ele basicamente fala sobre como as estruturas (objetivadas) marcam as subjetividades dos sujeitos no seu corpo e comportamento. Acho que essas noções seriam muito mais operacionalizantes para a oficina e para os temas da aula. 

Ademais, agradeço às colegas pela aula, me diverti e refleti bastante sobre os temas tratados e vou levar a dinâmica trazida pra minha vida profissional e pessoal. 


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Re: Plano de Aula - Corpo e Subjetividade Negra

por Junior Cardoso Costa (24101390) -
Gostei muito do trabalho, me surpreendeu a oficina e como conseguiram fazer uma turma de graduação interagir de maneira tão alegre e orgânica. Mesmo assim, por se tratar de uma aula para o ensino médio, reforço o que falei em sala e que de certa forma o Higor conseguiu pontuar bem no comentário dele: "senti falta de um tratamento mais cuidadoso e mais didático dos conceitos de subjetividade, objetividade, território, colonial, decolonial, etc. Não podemos, principalmente no ensino médio, pressupor que os estudantes conhecem plenamente os conceitos trabalhados em aula. Por isso, devemos tratar eles com bastante cuidado antes de querer adicionar informações subsidiárias à exposição central dos argumentos. Tratar os conceitos com cuidado não significa citar os autores que os criaram ou mesmo de fazer uma exposição teórico-cientifica, no mesmo nível do Ensino Superior."

Outro ponto importante é que ficou nítido o desconforto do grupo na apresentação, principalmente pela introdução ter levado mais tempo do que o conteúdo e oficina, talvez seja legal reavaliar a divisão de tempo na próxima (em respeito ao coletivo), senti que foi um improviso que custou o tempo das outras atividades. Falar de corpo subjetivo, principalmente do corpo subjetivo negro, é um desafio gigantesco, num geral foi uma ótima aula, não só pelos ensinamentos teóricos por si só, mas pelo que foi ensinado com os corpos ali na frente. O tema do grupo ter relação familiar com uma das colegas foi bem emocionante e a poesia no final fechou com chave de ouro. Super talentosas, parabéns.
Em resposta à Keila Urnau (24150299)

Re: Plano de Aula - Corpo e Subjetividade Negra

por Maria Eduarda Elias Rodrigues de Brito (20250310) -
Adorei a temática e o como foi proposto a apresentação para turma. No entanto, acredito que o grupo poderia ter se atentado a uma apresentação dos slides mais curta para que a dinâmica da oficina de carimbó tivesse o foco da aula. No demais, todas as integrantes apresentaram domínio do conteúdo e se propuseram a apresentar um dinâmica super diferente para a turma.
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Re: Plano de Aula - Corpo e Subjetividade Negra

por Shirlei Scarlat Pinheiro Darrigo (19202997) -
O plano de aula apresenta uma abordagem interdisciplinar e culturalmente rica, focando na exploração da relação entre corpo, subjetividade negra e a manifestação cultural do carimbó. Ele oferece uma oportunidade valiosa para que os alunos compreendam a relevância de expressões artísticas como formas de resistência, conexão com ancestralidade e afirmação identitária.

Os objetivos são bem estruturados, destacando reflexões sobre descolonização, política por meio da arte e reconhecimento das potencialidades do corpo. A inclusão do carimbó como eixo central é uma escolha significativa, pois integra elementos históricos, culturais e emocionais de forma prática e teórica.

A sequência didática, que inclui exposição teórica, exibição de documentário e uma oficina prática, promove um aprendizado dinâmico e participativo. O debate e as reflexões propostas, como a análise de aspectos subjetivos na música e na dança, enriquecem a compreensão dos alunos sobre o tema, ao mesmo tempo em que incentivam a valorização de práticas culturais afro-brasileiras.

A avaliação, baseada na criação coletiva de uma manifestação artística, é coerente com os objetivos da aula. Ensinar movimentos básicos de carimbó e estimular os alunos a criarem suas sequências promove uma vivência prática que reforça o conteúdo teórico. Além disso, a conexão entre movimento circular, natureza e ancestralidade proporciona uma dimensão simbólica profunda ao aprendizado.

Como sugestão, seria interessante incluir um momento para os alunos compartilharem suas percepções pessoais sobre o aprendizado durante a oficina, ampliando ainda mais o espaço de reflexão e fortalecimento do pertencimento cultural.

O plano de aula é uma ferramenta bem estruturada para abordar a subjetividade negra e as manifestações culturais no contexto escolar. Ele promove uma articulação equilibrada entre teoria e prática, criando um ambiente de aprendizado crítico, criativo e inclusivo. A apresentação destacou-se pela valorização de outras culturas, exemplificada por atividades como a dança, que enriqueceram a experiência educativa. O encerramento de descontração reforçou a conexão entre os alunos e o conteúdo apresentado, demonstrando grande potencial para envolver e conectar os estudantes do ensino médio.
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Re: Plano de Aula - Corpo e Subjetividade Negra

por Luan dos Anjos Leite (21200790) -
De forma geral, a apresentação foi boa e bem estruturada. Ressalto um ponto já levantado que é a abordagem de conceitos como "subjetividade", "territorialidade" etc. que acabaram sendo expostos de maneira menos didática do que seria necessário em uma aula para o público alvo escolhido.
O grande acerto da aula foi a oficina de Carimbó. Além de proporcionar que os estudantes vivenciem as questões do corpo e da subjetividade expostos na primeira parte da aula, acredito que utilizar de uma dança típica da região norte do Brasil que se origina a partir de práticas indígenas é uma forma de se contrapor às imposições da indústria cultural que produz uma subjetividade alienada da realidade em que se constitui e se dissemina e a escola é um excelente local para exercitar essa prática.
Parabéns ao grupo!
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Re: Plano de Aula - Corpo e Subjetividade Negra

por Maria Eduarda Serafim Saunier (22104230) -
Gostei bastante do plano de aula apresentado, principalmente pela proposta de unir teoria e prática de forma dinâmica e engajante. A introdução sobre subjetividade negra e carimbó foi relevante, mas poderia ser mais objetiva, permitindo maior tempo para as atividades práticas e o poema, que foram o ponto alto da aula. A escolha do tema é extremamente importante para o ambiente escolar, pois promove reflexões sobre identidade, ancestralidade e resistência por meio da arte e da cultura popular. A inclusão do documentário e a orientação para a reflexão foram bem pensadas, enquanto a oficina prática de dança, utilizada como avaliação, foi criativa e muito bem integrada à proposta.
A oficina de carimbó foi especialmente marcante, proporcionando aos alunos uma vivência interativa do tema. A dinâmica conectou teoria e prática, incentivando reflexões sobre o corpo e a subjetividade, além de promover um aprendizado mais profundo. No entanto, poderia haver maior clareza nos critérios de avaliação da participação e um tratamento mais didático de conceitos centrais, como colonialidade e subjetividade, para potencializar ainda mais o impacto da aula. No geral, o trabalho foi muito bem estruturado. Parabéns!
Em resposta à Keila Urnau (24150299)

Re: Plano de Aula - Corpo e Subjetividade Negra

por Atina Natine Schipitoski Esteves (21104392) -
A aula foi muito boa, vocês conseguiram exemplificar o conteúdo de diversas formas, fazendo com que ficasse muito claro o objetivo que possuíam com a atividade de Carimbó. Em um cenário ideal, essa seria um plano muito completo para ser aplicado em duas aulas, para que a explicação e o documentário ficassem na primeira aula e a oficina na segunda aula. Parabéns!!
Em resposta à Keila Urnau (24150299)

Re: Plano de Aula - Corpo e Subjetividade Negra

por Solange Vieira Pereira (22250310) -
Meninas, vocês arrasaram! Sinceramente, foi a aula mais gostosa e divertida que pude participar até aqui. Como disse presencialmente, além de trazer o conteúdo da 'subjetividade' e do 'corpo' para a sala de aula, vocês trabalharam ela na prática, a dança sempre foi um encontro com o meu corpo e com a minha subjetividade. Também, compreender outras culturas com a oficina de Carimbó, é resistir!

Como a Shirlei já disse aqui "expressões artísticas como formas de resistência, conexão com ancestralidade e afirmação identitária", se fazem necessárias, principalmente dentro do campo academicista em que estamos inseridas. E assim, acredito que esse tipo de dinâmica é essencial para compreendermos esse tipo de material teórico. Talvez seja a minha grande crítica das Ciências Sociais da UFSC, pouquíssimas dinâmicas interativas e MUITA carga teórica, acabam deixando a experiência um pouco 'falha' e entristecida.

A parte da historicidade com a constituição desse sujeito e o “torna-se negro” me fizeram refletir muito, principalmente pela provocação colocada pela colega: o “rosto” como uma imagem construída, produzido e operado pelo sistema desumanizador em que vivemos, pensando no contexto brasileiro, pertuado por muitos marcadores sociais e culturais.

Carol, nossa historiadora: obrigada por trazer tuas raízes nesse 'corpo-território', a dança em roda é sempre uma conexão ancestral, né? Importante pensar que o Carimbó também pensa outras religiões de matriz africana como a Umbanda.

Por fim, uma poesia para romper as fissuras e fraturas deixadas pelo processo colonizador. Obrigada ELiza, é sempre bom te ouvir.

Acho que é uma das aulas que ficara marcada na vida da galera do ensino médio/universidade, ein. Parabéns!